30 de agosto de 1997

GIOVANI MUSSATTO ASSUME CTG

30 de Agosto de 1997
Aconteceu no dia 30 de agosto a assembléia geral que apontou Giovani Mussatto como patrão do CTG Tronco do Ipê, em substituição a Rogério Camargo.

Patrão: Giovani Mussatto
Capataz: Paulo Scopel
1° Secretário: Ilton Conte
2° Secretário: Sérgio Mondadori
Tesoureiro: Hélio de Alexandre
2° tesoureiro: Ivan Conte
Dep. Artístico: Rita Márcia da Fonseca Cecatto
Patrão da Campeira: Luís Carlos Paim de Andrade
Capataz da Campeira: anor Marcon
1° Secretário da Campeira: Márcio Dalbosco
2° Secretário da Campeira: Olivir Ziliotto
Tesoureiro da Campeira: Pedrinho parizotto
Dep Florestal do Parque: Nelson Mussatto

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17 de agosto de 1997

2 de agosto de 1997

MORRE OSMAR VARGAS DOS SANTOS

2 de Agosto de 1997
No dia 2 de agosto a comunidade ipeense perdeu uma de suas lideranças mais expressivas desde a emancipação de Ipê. Sofrendo há algum tempo de problemas cardíacos, Osmar Vargas dos Santos (ver histórico abaixo) sentiu-se mal enquanto pescava num açude da região, vindo a falecer minutos depois de ter dado entrada no Hospital São José em Antônio Prado. O enterro aconteceu no domingo, 03, às 15h30min. Mesmo com o mau tempo um grande número de pessoas e lideranças, locais e regionais, compareceram à missa, celebrada pelo Frei Isaías, para se despedir de Osmar.
Osmar Vargas dos Santos nasceu em Erechim em 10 de novembro de 1945. Lá atuou em agremiações estudantis e comissões de bairros. No município de São Valentin integrou uma chapa majoritária concorrendo nas eleições daquela cidade. Como funcionário público veio para Ipê trabalhar na Caixa Econômica Estadual, na qual se aposentou como gerente. Em 1992, Osmar foi agraciado com o prêmio Destaque Prisma na categoria Político, numa promoção do Jornal Prisma que contou com a participação da comunidade ipeense na escolha dos nomes. Além disso, em sua vida pública atuou como:
Presidente da Comissão de Emancipação de Ipê;
Presidente do Clube Ideal (1987/1989);
Presidente da Câmara de Vereadores (1989/1992);
Presidente da Assembléia Constituinte, na Câmara de Vereadores (1989);
Vereador reeleito para o período de 1993 a 1996;
Membro do Conselho Regional de Desenvolvimento da Serra;
Um dos fundadores da Associação Industrial e Comercial de Ipê (AICI);
Professor da Escola Ulisses Cabral em Antônio Prado;
Jornalista escrevendo principalmente para os jornais Panorama Pradense e Prisma, do qual foi colaborador desde a sua fundação e contou a história de Ipê no livro Raízes de Vacaria;
Secretário do Lions Clube Ipê;
Como colunista do Jornal Prisma, sempre fez questão de deixar claro sua crença em Deus, pregando o companheirismo e a solidariedade entre as pessoas. Defendia convictamente o consenso para a administração municipal e pregava campanhas contra o uso de drogas em Ipê e Antônio Prado.


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Um dos textos escritos por Osmar Vargas dos Santos para o Jornal Prisma, um mês antes de sua morte.

UM SALTO PARA O FUTURO
Aconteceu, virou manchete. Foi assinado o edital para a pavimentação do trecho Ipê à BR-116, através da RS-122. Ótima notícia? Sim. É uma das estradas prioritárias do Estado que integrará a passagem de exportação, facilitando o escoamento da produção para os países do Mercosul, ao mesmo tempo que possibilitará aos municípios de Ipê a Antônio Prado, um sopro de vida na busca de melhores dias. Finalmente aconteceu o que parecia mais um filme de ilusões perdidas, com enredo complicado, capítulos intermináveis e um gostinho de sal com açúcar.
Tudo que acontecer de bom ou de mau numa comunidade deve ser registrado nas páginas da história, não importando os fatos ou personagens. É assim que se faz a história viva de um povo. Como diz o Jornal Pioneiro de 05.07.97 que a promessa do asfalto existe desde 1954. Quantas gerações se passaram, nasceram e morreram na esperança que a via asfáltica emoldurasse o cenário de seu habitat. Quantas famílias foram embora em busca de dias melhores e quantos políticos se elegeram em cima do asfalto da RS-122.
Todavia, como tudo no Brasil acontece em muito longo prazo, em certos casos, o que se planta hoje, vai ser colhido muito além do amanhã pelos nossos netos e bisnetos. Lembro-me muito bem que o referido trecho à Vacaria, tem história. Foram inúmeras tentativas, anos a fios, grupos de pessoas articulando contatos e tentando veler o ditado de quem não é visto não é lembrado. Assim foi os emancipacionistas, os deputados da região, a Associação Industrial e Comercial e Serviços de Ipê e Antônio Prado, o Conselho de Desenvolvimento Comunitário da Serra, outras entidades e voluntariados que clamavam pela complementação da RS-122. Viagens, relatórios, visitas às secretarias estaduais e Governador, reuniões, debates, defesa em tribuna e até promessas ao padroeiro das coisas impossíveis. Só faltou um levante popular com bloqueio da rodovia para chamar a atenção das autoridades. Levou tempo para entenderem que a RS.122-Ipê à Vacaria é a estrada mais importante para os meios produtivos da Região Nordeste do Estado a caminho do Mercosul.
Mas, tudo tem o seu preço. Algumas poucas pessoas apregoam que o asfaltamento trará um perigo maior, marginais, desocupados, aventureiros, e que o movimento intenso terminará com a paz e a tranquilidade de hoje. Eu diria que estamos próximos ao século 21, e o mundo corre à sombra da tecnologia e modernidade. O município que não evoluir em tudo, fatalmente, desaparecerá. Até a tartaruga, mesmo em marcha lenta, caminha para a frente. A evolução da fé, do amor, coragem, muito trabalho e criatividade, será a tônica do próximo milênio. Estamos preparados para tal? Ou alguém quer voltar aos tempos da Vacaria? LEMBRAM-SE: não havia administração própria, o asfalto Antônio Prado a Ipê, a telefonia direta DDD, a praça da Igreja Matriz, o novo Clube Ideal, o serviço da Corsan, posto de saúde, calçamentos e esgoto mais generalizado, melhores estradas rurais e agora o possível asfaltamento até a BR-116.
Então! Vamos dar um salto para o futuro. Quantas comunidades gostariam de um asfalto e não o tem. Estamos perto de obtê-lo e nem imaginamos como ele vai mudar o cenário da nossa região. Vamos incentivar as autoridades e continuar na luta até o último palmo de asfalto for assentado. Se as oportunidades forem aproveitadas, novos investimentos aumentarão o mercado de trabalho e a arrecadação municipal. Mas, como sempre afirmei, os filhos de Ipê que detém o capital devem investir aqui e o município oferecer incentivos ao investidor de outros município. Se não houver um trabalho eficiente neste sentido, Ipê será apenas uma passagem para viajantes, um corredor de ônibus ou caminhões, sem o aproveitamento do asfalto para desenvolver a comunidade, globalmente.
São os ventos de novos tempos, graças a Deus. É preferível as anomalias sociais e de segurança que o progresso traz que uma comunidade viver sem esperança e sem um horizonte à sua frente. Não é assim que você vive? Transformações e mudanças reais, virão com naturalidade, a medida que o desenvolvimento venha. E até certos comportamentos ainda enraizados, serão retrocedidos pelos sinais da nova era. Espero que Deus me conceda a graça de ver Ipê no próximo milênio, bem diferente. Desenvolvendo-se em todos os sentidos, especialmente na fraternidade cristã.
Deus é sempre o mesmo em qualquer situação. Vamos ser também!

Por Osmar Vargas dos Santos