13 de abril de 2016

INAUGURADO MEMORIAL CAVALEIRO MOYSÉ





   “Se hoje há música gaúcha, devemos isso a Moisés Mondadori”. As palavras de Ricardo Eckert da Associação Amigos da Casa Elétrica de Porto Alegre, grupo que luta pela preservação e restauração da Casa Elétrica de Porto Alegre, resume a importância do ipeense Moisés Mondadori para o surgimento da música tradicionalista do Rio Grande Do Sul. Em homenagem ao músico conhecido como Cavaleiro Moisé, foi construída uma réplica da casa Elétrica, primeira fábrica de gramofones da América Latina e de discos que existiu entre 1914 a 1924 em Porto Alegre, junto ao parque de eventos de Ipê. O novo ponto de cultura do município foi inaugurado na tarde deste domingo, 10 de abril, e contou com a presença de autoridades, dos filhos do Cavaleiro Moisé, Moisés Filho e Emílio, sobrinhos e netos, além da comunidade ipeense.


   O projeto, que surgiu da FestIpê, para ser concretizado contou com a doação de boa parte dos materiais de construção. “A música sempre foi a paixão do nosso “nono”. Estão aqui expostos pertences dele e materiais que ele fez, inclusive as telhas que cobrem essa réplica”, diz emocionado o neto, Sérgio Mondadori.

   A emoção foi compartilhada por todos os familiares do Cavaleiro Moisé, que não esconderam o quanto o ato de eternizar a historia deste músico ipeense os tocou. “é muito!”, conseguiu dizer o filho Emilio que cuidou do pai Moisés Mondadori até a sua morte em 17 de dezembro de 1976.

   Por ser um projeto oriundo de iniciativa de uma organização em parceria com a família, a casa passará a partir desta data a ser de responsabilidade da Secretaria de Educação e Cultura e servirá a comunidade Ipeense e região como referencia para pesquisa e estudo.

   O memorial Cavaleiro Moysé estará aberto a visitação com agendamento de horário na secretaria da Cultura de Ipê


A CASA ELÉTRICA

Fábrica de Disco de Savério Leonetti, foi a primeira empresa fabricante de gramofones da América Latina, uma das primeiras fábricas de discos e gramofones do mundo que funcionou em Porto Alegre entre 1914 a 1924. Foi a quarta empresa fabricante de discos do mundo, onde se fez o primeiro disco de tango gravado e prensado na América Latina..

   No livro A ELÉCTRICA e os DISCOS GAÚCHOS, o escritor Hardy Vedana fala:

   “Entre os colaboradores de Savério Leonetti, um destacou-se de sobremaneira, Moisés Mondadori, o Cavaleiro Moysé, título dado por Leonetti em virtude das qualidades apresentadas por ele.”

   Vedana encerra a narrativa no livro dizendo:

   "Eis uma figura que fica para a história da fábrica como um dos maiores expoentes do regionalismo rio-grandense de todos os tempos"

   Moises Mondadori é filho de Calixto Emílio Mondadori e Margarida Ítala Fontana, imigrantes da Itália em 1875.
   Nasceu em 7 de dezembro de 1895, na localidade de Passo do Simão, Antônio Prado.
   Aos dez anos mudou-se com os pais para o então distrito de Vacaria, Vila Ipê.
   Em 1918 casou-se com Elisabela Pelin, com quem teve dez filhos: Alba, Lino, Aurora, Waldemar, Paulo, Moysés Filho, Terezinha, Emílio, Renato e Luizinho.
   Faleceu em 17 de dezembro de 1976
 Moisés Mondadori tem em sua discografia gravada de aproximadamente 60 músicas, entre elas Boi Barroso do folclore Riograndense e Gaúcho. E Saudades de Porto Alegre, composição e interpretação do Cavaleiro Moisé.

Fonte: LUMAR Comunicação e Marketing ltda

Ricardo Eckert para Amigos da CASA ELÉTRICA
11 hPorto Alegre, RS

EXPOSIÇÃO: A HISTÓRIA DA CASA ELÉTRICA.
Parte 12
A primeira gravação do Boi Barroso
Moisés Mondadori
Paixão Cortês disse que a música mais importante do folclore gaúcho se chama Boi Barroso.
Em 1972 ele foi até a atual cidade de Ipê ( na época distrito de Vacaria ) somente para encontrar com Moisés Mondadori que tinha 77 anos.
Não satisfeito voltou outras 4 vezes e ainda conseguiu incluir a música Boi Barros em um disco lançado em 1975 sobre o folclore do Sul, onde a primeira faixa era uma gravação da música e depoimento de Moisés Mondadori.
Moisés Miondadori foi um dos músicos mais populares que gravou na CASA ELÉTRICA e chegou na fábrica quando tinha apenas 18 anos.
Era chamado de cavaleiro Moysé e muita gente achava que o gaúcho que aparece no selo dos discos da fábrica era o próprio Moisés.
Gravou mais de 60 músicas e trabalhou como supervisor do setor de prensas na fábrica.
Era tão bom músico que Francisco Canaro o convidou para se juntar a sua típica e ir morar em Buenos Aires.
Mas em 1918 quando falta a matéria prima para a fabricação de discos, Moisés volta para Ipê e se casa com Elisa com que teve 10 filhos e eventualmente, vem a Porto Alegre para gravar os discos na fábrica de seu amigo Leonetti.
Se hoje temos o registro de muitas músicas do folclore gaúcho, devemos isto a Moisés Mondadori que pode ser considerado o patrono dos gaiteiros gaúchos.
Sem ele talvez a nossa música regional fosse menos rica.
Para situar as pessoas mais jovens, ele seria uma junção do Teixeirinha com o Borghetinho, mais o Fagundes num só músico, tal o sucesso que ele fazia.
A cidade de Ipê inaugurou um Memorial em homenagem a Moisés Mondadori que é uma réplica da CASA ELÉTRICA no dia 10 de abril de 2016. Ao menos lá em Ipê eles cultivam a memória e a história. Já por aqui...

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