Evento setorial ocorreu no dia 15, com painéis e debates sobre agricultura familiar e o uso da tecnologia
Alternativas para melhorar a rentabilidade dos produtores por meio do uso da tecnologia e técnicas adequadas de manejo, qualificação da matéria-prima e permanência dos jovens no meio rural foram algum dos temas debatidos na XVI Jornada da Viticultura Gaúcha, dia 15, no Clube Ideal em Ipê. O evento, realizado pela Comissão Interestadual da Uva e a Prefeitura Municipal de Ipê, com apoio do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), Secretaria Estadual da Agricultura e Pecuária, da Emater/RS-Ascar e do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Ipê, foi prestigiado por mais de 500 pessoas, de diversos municípios da Serra e outras regiões do estado.
A Jornada iniciou com a apresentação dos dados de safra 2015 no RS, que teve um resultado 16% maior em relação a 2014, com o processamento de mais 700 mil toneladas. Em seguida, o Programa de Modernização da Vitivinicultura (Modervitis) foi detalhado pelo pesquisador da Embrapa Uva e Vinho, José Fernando da Silva Protas. "Um dos objetivos é o aumento da renda do viticultor com a melhoria na qualidade da uva, principalmente do grau Babo", exemplificou.
Em seguida, o diretor executivo do Ibravin, Carlos R. Paviani, apresentou um dos principais instrumentos do Programa - o Contrato de Cooperação Técnica -, entre os viticultores e as vinícolas. O objetivo do contrato é estabelecer um relacionamento entre dois dos principais elos da cadeia produtiva, com responsabilidades mútuas quanto à remuneração e qualificação da matéria-prima, segurança para o produtor quanto ao recebimento da safra, entre outros itens. "Este contrato visa principalmente estabelecer parâmetros para uma relação na qual tanto o viticultor quanto o vinicultor ganhem com esta fidelização", resume.
À tarde, foram apresentados painéis com informações sobre Poda de Outono, Produção Orgânica e Biodinâmica, Custo de Produção e inovações em Equipamentos: Experimentos e Inventos.
Lideranças destacam Jornada como espaço de debate setorial
O presidente da Comissão Interestadual da Uva, Olir Schiavenin, salientou o fortalecimento da Jornada como um espaço importante de diálogo entre os integrantes da cadeia produtiva. O dirigente ressaltou que é preciso conhecer as políticas públicas e aproximar as entidades setoriais do viticultor. "Todas as instituições estão irmanadas para que a nossa vitivinicutura se desenvolva, distribua renda e possibilite uma vida confortável para todos que vivem da produção de uva", diz.
Representando o Governo do Estado do RS, o diretor-presidente da Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro), Adoralvo Schio, parabenizou os sindicatos pela mobilização em torno do evento. "Isso mostra a necessidade de participar das discussões, debater os problemas e as soluções do setor. É importante levar inovação à produção num cenário onde a qualidade muitas vezes dá um retorno maior do que quantidade", disse.
O presidente do Conselho Deliberativo do Ibravin, Moacir Mazzarollo, na mesma linha, destacou a necessidade de aplicar tecnologia à atividade vitivinícola para incrementar a renda e melhorar a qualidade de vida das famílias produtoras.
Já o diretor executivo da Federação das Cooperativas Vinícolas do Rio Grande do Sul (Fecovinho), Helio Marchioro, enfatizou as discussões apresentadas pelos grupos das oficinas preparatórias para a Jornada. Segundo o dirigente, os encontros apontaram os altos custos de produção como um dos gargalos a serem solucionados.
Também participaram da XVI Jornada da Viticultura, além do prefeito de Ipê, Valério Marcon, prefeitos e subprefeitos de diversos municípios da região; a presidente da Câmara de Vereadores, Gislaine Ziliotto; o deputado estadual Adão Villaverde, representando a Assembleia gaúcha; a gerente regional da Emater, Sandra Dalmina e superintendente interino do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), no estado, Roberto Schroeder, entre outras autoridades ligadas ao setor vitivinícola.
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